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Projeto de Monitoramento de Praias encontra mais de 30 mil animais machucados no litoral brasileiro em 2022
Cerca de 98 espécies foram monitoradas nos últimos 12 meses
Foto: Agência Petrobras
Pinguim em reabilitação pelo Projeto de Monitoramento de Praias
Download Pinguim em reabilitação pelo Projeto de Monitoramento de PraiasNo último ano, mais de 30 mil animais debilitados ou mortos foram encontrados nas praias do litoral brasileiro pelo Projeto de Monitoramento de Praias (PMP), executado pela Petrobras no âmbito do licenciamento ambiental do Ibama. Os estados com maior incidência de animais registrados pelo projeto foram Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Santa Catarina, por exemplo, registrou 10.915 animais encontrados; em São Paulo, 6.282; no Rio de Janeiro foram 5.100, enquanto no Paraná foram 3.375. Segundo levantamento, foram 98 espécies monitoradas durante o ano.
Nessa pesquisa, os animais saudáveis não são contabilizados. Aqueles que se encontram debilitados são encaminhados para tratamento veterinário e, posteriormente, reintroduzidos em seu habitat natural.
As aves marinhas são as mais afetadas, representando 55,7% dos animais acompanhados pelo Monitoramento. Os pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) são a maioria. Foram 11.582 encontrados debilitados ou mortos, um número 70% maior quando comparado com os anos anteriores: em 2021 foram registrados 6.758 pinguins e, em 2020, 5.609 animais. Não há uma explicação definitiva para o aumento. Os pesquisadores acompanham os dados para entenderem mais sobre a migração da espécie e as causas do alto número de indivíduos que chegam debilitados ao litoral brasileiro. Entre outras espécies de aves encontradas pelo levantamento, estão o bobo-pequeno (Puffinus puffinus), com 971 indivíduos, atobá-pardo (Sula leucogaster), 949 animais, e o gaivotão (Larus dominicanus), com 941.
As tartarugas marinhas também são recorrentes no estudo, muitas vezes encontradas machucadas por algum petrecho de pesca ou debilitadas por ingestão de lixo. De acordo com os dados, em 2022, foram 12 mil animais, sendo 79% da espécie tartaruga-verde (Chelonia mydas) - 9568 indivíduos. O litoral sudeste é o local com maior incidência: Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo, com 3.074, 1.590 e 1.647 indivíduos, respectivamente. Lembrando que regiões do Rio de Janeiro e do Espírito Santo são áreas prioritárias para a reprodução de algumas espécies. No Brasil, ocorrem cinco espécies de tartarugas, quatro delas ameaçadas de extinção: tartaruga-cabeçuda, tartaruga-de-pente, tartaruga-oliva e tartaruga-de-couro.
Os encalhes de cetáceos como baleias, golfinhos e botos são acompanhados com atenção pelas equipes de monitoramento. Nos encalhes cujas necropsias indicam ação humana, a interação com pesca é a principal causa, seguida por agressão, interação com resíduos sólidos e colisões com embarcações. Os pesquisadores explicam que os animais, pelo tamanho, não conseguem se desvencilhar das redes, que ficam presas ao animal, o que diminui sua capacidade de locomoção e podem levar ao afogamento e outras lesões. De acordo com os dados, em 2022, ocorreram 1224 registros. Só em São Paulo foram 506 animais encontrados e 281 em Santa Catarina. Em relação à Toninha, cetáceo mais ameaçado no Brasil, foram 613 indivíduos no último ano.
Os PMPs contribuem para o conhecimento, conservação e recuperação da biodiversidade. Os dados levantados anualmente pelo projeto auxiliam, inclusive, o acompanhamento das espécies ameaçadas de extinção no país. São muitos animais marinhos que figuram nesta lista como as aves pardela-de-trindade (Pterodroma arminjoniana), Atobá-de-patas-vermelhas (Sula Sula) e albatroz-de-bico-amarelo-do-atlântico (Thalassarche chlororhynchos), as tartarugas marinhas e mamíferos como o boto-cinza (Sotalia guianensis) e algumas espécies de baleias. As atividades de reabilitação e reintrodução dos animais na natureza realizadas em mais de 10 anos de atuação do PMP contribuem para a conservação das populações naturais de animais ameaçados, enquanto as atividades de necropsia geram conhecimento sobre os principais impactos e causas de morte, subsidiando as ações de conservação dos Planos de Ação Nacionais de Espécies Ameaçadas, coordenados pelo ICMBio.
Sobre o PMP
A Petrobras trabalha em parceria com diversas organizações científicas e com as comunidades locais para a realização deste projeto. Atualmente são quatro PMPs, que, juntos, constituem o maior programa de monitoramento de praias do mundo. São 10 estados litorâneos, acompanhando mais de três mil quilômetros de praias em regiões onde a companhia atua.
Todos os animais marinhos encontrados debilitados são avaliados e, quando necessário, encaminhados para o atendimento veterinário. Após a estabilização clínica, eles são reintroduzidos na natureza. Entretanto, antes da soltura, todos recebem uma marcação para possibilitar sua identificação caso retornem ao litoral brasileiro.
As empresas contratadas pela Petrobras para a execução do projeto trabalham conjuntamente. Muitas vezes um animal é resgatado em uma região e transferido para soltura ou tratamento em outro estado, levando em conta características ideais para as solturas, de acordo com cada espécie.
O monitoramento é fiscalizado pelo Ibama e compreende o registro, resgate, necropsia (no caso dos animais mortos), reabilitação e soltura de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, contribuindo com as políticas públicas para a conservação da biodiversidade marinha. A população também pode participar, acionando as equipes de monitoramento ao avistar um animal marinho vivo ou morto, pelos telefones abaixo.
PMP-BS Área SC/PR e Área SP – 0800 6423341
PMP-BS Área RJ (Paraty a Saquarema) – 0800 9995151
PMP-BC/ES (RJ) -0800 0262828
PMP-BC/ES (ES) - 0800 0395005
PMP-SEAL (Piaçabuçu/AL até Conde/BA) - 08000-793434 ou (79) 9 9683-1971
PMP-RNCE (RN) - (84) 98843 4621 e 99943 0058
PMP-RNCE (CE) - (85) 99800 0109 e 99188 2137
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