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Petrobras anuncia estudos para investimentos em descarbonização de refinaria no Ceará
Geração de energia por biometano é um dos projetos para reduzir em 100% emissões diretas de gás carbônico na Lubnor
Juarez Cavalcanti / Agência Petrobras
Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor)
Download Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor)A Petrobras iniciará estudos para realizar investimentos com o objetivo de descarbonizar a refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), em Fortaleza (CE). O Diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França da Silva, explicou que os estudos terão recursos do Programa Carbono Neutro, iniciativa de transição energética da companhia. O anúncio ocorreu durante a posse do novo gerente geral da unidade, o engenheiro Alfredo Alle Andrade David, na última terça-feira (9/4).
Previsto no Plano Estratégico 2024-2028+ da Petrobras e em implantação em várias unidades da empresa, esses projetos visam a acelerar a identificação e o desenvolvimento das melhores soluções para descarbonização da companhia. Na Lubnor, objetivo é neutralização total das emissões absolutas da refinaria. A Petrobras pretende substituir o gás natural utilizado atualmente pela Lubnor na geração de energia por biometano. Este combustível também será utilizado para produzir hidrogênio. O uso de biometano deve reduzir em 100% as emissões diretas de gás carbônico da refinaria (atualmente em 60 mil toneladas por ano).
A Lubnor também passará a produzir Biobunker, um combustível marítimo com conteúdo renovável, e CAP Pro, um asfalto com menor impacto ambiental na aplicação. Além disso, utilizará energia elétrica renovável em seus processos, o que deverá neutralizar em 100% suas emissões indiretas de gás carbônico.
Além dessas iniciativas já em implantação, a Petrobras estuda a inclusão de novos produtos para compor uma carteira mais sustentável: lubrificantes naftênicos produzidos com hidrogênio de baixo carbono, querosene de aviação com conteúdo renovável ou de baixo carbono, e combustíveis diesel tipo S10 RX — com baixo teor de enxofre e conteúdo renovável em sua composição.
Conforme explicou o gerente de Tecnologia de Refino e Gestão de Ativos da Petrobras, Rodrigo Abramof, as iniciativas em estudo passariam pela adequação e até mesmo ampliação da planta industrial da Lubnor. “Preparamos um conjunto de medidas, e elas passarão a integrar o Plano Diretor da refinaria”.
Se implementadas, essas iniciativas e as que já estão em andamento irão elevar de 60% para 80% o perfil de produtos da refinaria com características de fixação de carbono. A presença de conteúdo renovável, que hoje não integra os produtos da refinaria, poderá chegar a cerca de 10%.
O gerente executivo de Refino da Petrobras, Marcos José Jeber Jardim, defendeu o Carbono Neutro como uma “mudança de marco”. “É um rito de passagem, que cria um futuro que se desdobrará às novas gerações”.
O diretor William França destacou que o Plano Diretor Lubnor Carbono Neutro se une a outras iniciativas que, juntas, consolidam o compromisso da companhia com a sociedade. ‘Nossa ideia é ampliar e valorizar o refino”, disse. Ele ressaltou a importância da inovação em questões como a transição energética. “Não podemos prescindir do tripé Empresa, Estado e Universidade.”
Inaugurada em 24 de junho de 1966, a Lubnor tem capacidade de processamento de 10 mil barris por dia de petróleo e atende a cerca de 12% do mercado nacional de asfaltos.
A refinaria é a única produtora no país de óleos lubrificantes naftênicos e atua como polo logístico de combustíveis e gás liquefeito de petróleo (GLP, ou gás de cozinha) da Petrobras no Ceará. Em sua carteira, o produto predominante é o asfalto (48% do total), seguido de bunker e óleo combustível (34%), lubrificantes naftênicos (12%) e diesel marítimo (6%).
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