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OTC 2023: Petrobras estuda projeto inédito de hub de captura e armazenamento geológico de CO2 no Brasil
Primeiro piloto será no Rio de Janeiro com previsão de capturar 100 mil toneladas de CO2 por ano
Foto: Agência Petrobras
Gerente executivo de Reservatórios da Petrobras, Tiago Homem, na Offshore Technology Conference (OTC)
Download Gerente executivo de Reservatórios da Petrobras, Tiago Homem, na Offshore Technology Conference (OTC)A Petrobras estuda implantar no Brasil projeto inédito de hub de captura e armazenamento geológico de CO2 (CCS) em parceria com outras empresas. O projeto consiste em criar uma infraestrutura de escoamento do CO2 a partir de locais de captura em instalações industriais – até seu armazenamento permanente feito em um reservatório abaixo do leito marinho. Numa perspectiva mais ampla, o objetivo é contribuir para reduzir emissões de gases de efeito estufa geradas não só pelas operações da Petrobras, mas também por outros setores do país, tais como indústria de cimento, siderúrgicas, entre outras.
Esses foram alguns dos destaques da Petrobras apresentados pelo gerente executivo de Reservatórios da companhia, Tiago Homem, no painel “Finding Offshore CO2 Storage: Going Big and Moving Fast”, realizado no dia 1/5, na Offshore Technology Conference (OTC), em Houston.
O executivo antecipou também que a Petrobras fará um projeto piloto de CCS no Rio de Janeiro, com capacidade de capturar 100 mil toneladas de CO2 por ano no terminal de Cabiúnas, no norte do Estado. O projeto está em fase de estudos e a previsão de implantação ainda depende de análises complementares. A iniciativa é o primeiro passo para a posterior implantação de hub de CCS em grande escala.
Segundo Tiago Homem, o projeto piloto vai contribuir não apenas para testar tecnicamente as soluções de CCS, mas também para ajudar o país a construir um arcabouço regulatório que fomente este tipo de projeto. A regulação é um dos principais desafios para o desenvolvimento de CCS no Brasil, assim como a busca por aquíferos salinos com capacidade de armazenar grandes volumes de CO2.
Protagonismo
Ao longo dos seus 70 anos de história, a Petrobras se tornou reconhecida pelo conhecimento geológico dos reservatórios brasileiros, pela construção de projetos complexos de infraestrutura com segurança e se tornou líder mundial em captura, uso e armazenamento geológico de CO2 (o chamado Carbon Capture, Utilization and Storage - CCUS) nos campos do pré-sal como forma de aumentar a produção de petróleo.
“Essas condições colocam a Petrobras com grande potencial para desenvolver soluções de captura e armazenamento geológico de CO2 no Brasil. Por isso, estamos nos antecipando à regulação ao fazer esse projeto piloto”, comentou Tiago Homem.
O trabalho pioneiro em reinjeção de CO2 permitiu que a empresa atingisse, por exemplo, o recorde de 10,6 milhões de toneladas de CO2 reinjetadas em 2022, equivalente a cerca de 25% do total da capacidade de reinjeção da indústria. Para os próximos anos, a Petrobras ampliou os compromissos para redução de emissões de gases de efeito estufa e estabeleceu meta mais ambiciosa para os projetos de CCUS – revisada para 80 milhões de tCO2 reinjetados até 2025, o dobro da meta anterior.
A companhia prevê também incorporar a tecnologia CCUS em outras sete plataformas do tipo FPSO (unidades flutuantes de produção, armazenamento e transferência de petróleo) até 2025 - além dos 21 FPSOs que já a utilizam. Esses avanços irão contribuir não só para a evolução tecnológica do CCUS, mas também para reduzir custos e demonstrar o potencial de aplicação dessa solução na indústria de óleo e gás e em outros setores.
Benchmarking
Nesta terça-feira-feira, 2/5, uma comitiva de executivos da Petrobras, liderada pelo diretor de Transição Energética e Sustentabilidade, Maurício Tolmasquim, se reuniu com a organização Greater Houston Partnership para conhecer o maior projeto de CCS no mundo, que será implementado em Houston. Durante o encontro, empresas do setor, incluindo Chevron, ExxonMobil e Shell discutiram os desafios encontrados no mercado americano para viabilizar as iniciativas de CCS.
Segundo os parceiros do projeto, a maior expectativa são as mudanças relacionadas às políticas de regulamentação, incluindo as regras de obtenção das licenças adequadas para aplicação de créditos de incentivo.
Para Tiago Homem, presente no encontro, isso demonstra que os desafios encontrados no Brasil são similares e que a troca de experiências com a cidade de Houston ajudará a desenhar um modelo de negócio que seja viável e escalável para o mercado brasileiro. A comitiva da Petrobras dará continuidade às trocas de experiências e meios de contribuição para alavancar o hub de CCS no Brasil.
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