Com produção na Bahia, Petrobras lidera fabricação inédita de sensores sísmicos no Brasil

Tecnologia fundamental para otimizar produção de petróleo e explorar novas fronteiras está alinhada à descarbonização das operações. A produção ocorre no Parque Tecnológico de Camaçari, no SENAI-CIMATEC

Postado em 23/09/2025

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A Petrobras inicia, pela primeira vez no Brasil, a fabricação dos nós de registros sísmicos submarinos OD OBN (on-demand ocean bottom nodes), utilizados no monitoramento sísmico de campos marítimos, especialmente do pré-sal. Até então, a companhia dependia exclusivamente da importação desses equipamentos para mapear as camadas geológicas do subsolo. A produção do OD OBN ocorre no Parque Tecnológico de Camaçari, Bahia, no SENAI-CIMATEC, em um projeto desenvolvido em parceria com Shell e Sonardyne e com o apoio da ANP. A Sonardyne, fabricante do equipamento, já emprega cerca de 60 trabalhadores brasileiros desde julho deste ano na nova planta de produção, localizada em um dos principais centros tecnológicos do país.

Nas últimas duas décadas, a Petrobras tem utilizado a sísmica 4D para otimizar novas perfurações de poços em regiões ainda não produzidas (aumentar fator de recuperação), especialmente nas bacias de Campos e Santos. “Inovações como esta mantêm a empresa na vanguarda tecnológica da indústria, com operações nos campos do pré-sal de baixo fator de emissão de carbono”, diz a diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Renata Baruzzi.


 

A aquisição de dados geofísicos permite um estudo detalhado do subsolo marinho, evidenciando suas características geológicas, a estrutura das camadas sedimentares, a presença de falhas ou fraturas e possíveis recursos minerais ou energéticos.

Muitos dos equipamentos desenvolvidos no Brasil para os nós OD OBN foram criados de forma pioneira e com tecnologia inédita na América Latina, e devem impulsionar a manufatura de sensores sísmicos de alta precisão. A fase de pesquisa e desenvolvimento durou quase sete anos.


 

O protótipo brasileiro já foi testado no campo de Búzios, em águas ultra profundas da bacia de Santos, com resultados promissores. A Petrobras investiu cerca de 200 milhões de reais, aproximadamente metade do custo total do projeto. A expectativa é fabricar 660 nós sísmicos até fevereiro de 2026.

O que é a sísmica OD OBN?

A tecnologia OD OBN registra ondas sísmicas propagadas e refletidas nos reservatórios de petróleo ao longo das campanhas sísmicas que, processadas por supercomputadores, melhoram a predição em novas fronteiras exploratórias, o posicionamento de poços injetores e produtores, o volume recuperado e a sustentabilidade dos campos de petróleo em produção. Com esses nós submarinos, a sísmica 4D funcionará como uma radiografia do interior da Terra em diferentes momentos, abrindo novas perspectivas para campos em produção.

A sísmica 3D (caracterização) e 4D (monitoramento) de última geração facilita a descoberta de novas jazidas, mapeia deslocamento de fluidos e variações de pressão nos reservatórios, aumenta segurança operacional e reduz custos. A tecnologia, ao diminuir o tempo de operação dos nós, que permanecem por até cinco anos no leito marinho, também reduz o impacto ambiental das atividades operacionais de sísmica offshore, tanto o consumo de combustível fóssil quanto as emissões de gases de efeito estufa.

Ideal para águas profundas, a sísmica 4D, diferente dos métodos tradicionais, reduz interferências e melhora a qualidade das imagens.
 

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