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Transição Energética é foco da participação da Petrobras no terceiro dia na OTC
Companhia reduziu pela metade suas emissões por barril de petróleo produzido e apresenta novas tecnologias para avançar em descarbonização
Foto: Agência Petrobras
Diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim, durante evento na Câmara de Comércio Brazil-Texas (Bratecc)
Download Diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim, durante evento na Câmara de Comércio Brazil-Texas (Bratecc)O que a Petrobras já alcançou na descarbonização de suas operações e como a companhia se prepara tecnologicamente para atuar na economia de baixo carbono foram os temas das apresentações do diretor de Transição Energética e Sustentabilidade, Maurício Tolmasquim, e da gerente executiva do Centro de Pesquisas e Inovação da Petrobras (Cenpes), Maíza Goulart, nesta quarta-feira (3/5), durante eventos na Câmara de Comércio Brazil-Texas (Bratecc) a na Offshore Technology Conference (OTC), em Houston.
Tolmasquim mostrou como a Petrobras se tornou uma das empresas com menor emissão de gases do efeito estufa no mundo ao reduzir em 39% suas emissões absolutas entre 2015 e 2022. Destacou também os resultados de descarbonização da companhia no segmento de exploração e produção (E&P):
- A intensidade das emissões no segmento de E&P da Petrobras caiu pela metade entre 2009 e 2022;
- Os campos de Búzios e Tupi, no pré-sal, respondem por metade da produção da Petrobras e operam entre os mais descarbonizados do mundo, com cerca de 9 kgCO2e/boe, enquanto a média mundial é de 17,6 kgCO2e/boe.
- As emissões absolutas de metano caíram 55% entre 2015 e 2022.
Além disso, nesta última década, as energias renováveis se tornaram mais competitivas. Estudos da Lazard e da IHS Global Scenarios demostram que, entre 2009 e 2021, o custo da energia solar caiu 90% e o da eólica onshore caiu mais de 70%. Neste período, a capacidade gerada pela energia solar subiu de 21 GW para 837 GW e da eólica onshore, de 147 GW para 762 GW no mundo.
São dois movimentos importantes para o mundo alcançar emissões neutras em 2050. “A resiliência da produção de petróleo com baixo custo e baixas emissões vai assegurar os recursos necessários para a transição energética justa e sustentável. Estamos atentos à diversificação do portfólio e preparando a empresa para o futuro”, destacou Tolmasquim.
Novas tecnologias para redução de emissões
A Petrobras desenvolveu uma tecnologia inédita na indústria mundial de petróleo e gás, capaz de remover o gás de alto teor de CO2 ainda no fundo do mar: é o chamado Hi-SEP. Desenvolvida e patenteada pela Petrobras, essa solução vai separar o gás rico em CO2 do petróleo, ainda no leito marinho, e reinjetar esse gás no reservatório, evitando sua emissão para a atmosfera e aumentando a eficiência do projeto. O campo de Mero 3 – localizado no bloco de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, Sudeste do Brasil – será o primeiro a utilizar a nova tecnologia.
“Essa inovação tem ainda potencial para reduzir a planta de processamento de gás da superfície, reduzindo o CAPEX (custos iniciais) e o OPEX (custos contínuos) do projeto, bem como a complexidade geral do FPSO. Sem dúvida, representará um divisor de águas para a indústria de O&G orientada para um futuro de baixo carbono”, disse a gerente executiva do Cenpes, Maíza Goulart.
Além do Hi-SEP, Maiza apresentou outra tecnologia de baixo carbono em desenvolvimento pela Petrobras: o “All Eletric”. A inovação se baseia na eletrificação de todos os sistemas de processamento nas novas instalações de superfície das plataformas de produção. O objetivo é aumentar a eficiência energética e a confiabilidade do FPSO, com redução líquida de emissões de CO2 em até 20%. Considerando outras tecnologias de descarbonização previstas nos novos projetos de plataformas, a redução das emissões pode chegar a 30%.
A configuração “All Eletric” será implantada pela primeira vez nas plataformas P-84 e P-85, que serão instaladas nos campos de Atapu e Sépia, respectivamente, em águas ultraprofundas da Bacia de Santos.
“Essas tecnologias geram alto impacto positivo em nosso desempenho, otimizando a produção, melhorando os resultados econômicos dos campos, enquanto reduzem a pegada de carbono desses projetos. Sabemos que temos que continuar resilientes na longa jornada para alcançar a neutralidade nas emissões de gases de efeito estufa até 2050. Por essa razão, temos investido em tecnologias, pois elas serão a chave para alcançar as ambições de um mundo de baixo carbono, com custo competitivo para a sociedade”, afirmou Maíza.
Campo de Mero
O campo de Mero é operado pelo Consórcio de Libra e liderado pela Petrobras – com participação de 40% - em parceria com a Shell (20%), Total (20%), CNPC (10%), e CNOOC Limited (10%). O consórcio tem ainda a participação da companhia estatal Pré-Sal Petróleo (PPSA), que exerce papel de gestora desse contrato.
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