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Potencial da Petrobras e do Brasil na transição energética é destaque na OTC 2023
Petrobras encerra participação na conferência com cerca de 40 trabalhos técnicos e apresentações
O Brasil tem todas as condições para ser protagonista global da transição energética por ter uma produção de petróleo e gás de baixo custo e baixas emissões; por já ter uma matriz de energia limpa; e por reunir recursos naturais essenciais para produção de energias renováveis. Neste contexto promissor, a Petrobras levou suas inovações e planos de descarbonização para a Offshore Technology Conference (OTC), o mais importante evento da indústria de petróleo e gás offshore (em alto mar), que terminou na última quinta-feira (4/5), em Houston (EUA).
Com cerca de 40 apresentações entre sessões técnicas e plenárias, a Petrobras defendeu a necessidade da complementaridade de recursos para promover uma transição energética justa, inclusiva e sustentável e apresentou suas mais avançadas tecnologias para reduzir as emissões da sua produção de petróleo e gás, que já está entre as mais descarbonizadas do mundo.
Veja o resumo das principais apresentações:
Novidade em Captura de Armazenagem de Carbono
A Petrobras anunciou estudos para implantação no Brasil de um projeto inédito de hub de captura e armazenamento geológico de CO2 (CCS) em parceria com outras empresas e um projeto piloto de CCS no Rio de Janeiro, com capacidade de capturar 100 mil toneladas de CO2 por ano no terminal de Cabiúnas, no norte do Estado. São projetos ainda em fase de estudos e a previsão de implantação ainda depende de análises complementares. A regulação é um dos principais desafios para o desenvolvimento de CCS no Brasil, assim como a busca por aquíferos salinos com capacidade de armazenar grandes volumes de CO2.
A Petrobras já é líder mundial em captura, uso e armazenamento geológico de CO2 (o chamado Carbon Capture, Utilization and Storage - CCUS) nos campos do pré-sal como forma de aumentar a produção de petróleo. Em 2022, a empresa atingiu o recorde de 10,6 milhões de toneladas de CO2 reinjetadas em 2022, equivalente a cerca de 25% do total da capacidade de reinjeção da indústria. Para os próximos anos, a Petrobras ampliou os compromissos para 80 milhões de toneladas de CO2 reinjetados até 2025, o dobro da meta anterior.
Liderança em redução de emissões no setor
A Petrobras se tornou uma das empresas de petróleo com menor emissão de gases do efeito estufa no mundo ao reduzir em 39% suas emissões absolutas entre 2015 e 2022. Entre os resultados na melhoria da eficiência energética da companhia no segmento de exploração e produção (E&P), destacam-se:
- A intensidade das emissões no segmento de E&P (kgCO2e/boe produzido) da Petrobras caiu pela metade entre 2009 e 2022;
- Os campos de Búzios e Tupi, no pré-sal, respondem por metade da produção da Petrobras e operam entre os de menor pegada de carbono do mundo, com cerca de 9 kgCO2e/boe, enquanto a média mundial é de 17,6 kgCO2e/boe.
- As emissões absolutas de metano caíram 55% entre 2015 e 2022.
Novas tecnologias para redução de emissões
A Petrobras desenvolveu uma tecnologia inédita na indústria mundial de petróleo e gás, capaz de remover o gás de alto teor de CO2 ainda no fundo do mar: é o chamado Hi-SEP. Desenvolvida e patenteada pela Petrobras, essa solução vai separar o gás rico em CO2 do petróleo, ainda no leito marinho, e reinjetar esse gás no reservatório, evitando sua emissão para a atmosfera e aumentando a eficiência do projeto.
Além do Hi-SEP, a Petrobras apresentou outra tecnologia de baixo carbono em desenvolvimento pela Petrobras: o “All Eletric”. A inovação se baseia na eletrificação de todos os sistemas de processamento nas novas instalações de superfície das plataformas de produção. O objetivo é aumentar a eficiência energética e a confiabilidade do FPSO, com redução líquida de emissões de CO2 em até 20%. Considerando outras tecnologias previstas nos novos projetos para aumentar a eficiência energética das plataformas, a redução das emissões pode chegar a 30%.
Um outro exemplo é o projeto de revitalização dos campos de Marlim, na Bacia de Campos (RJ). Ao substituir as nove plataformas que operam hoje nos campos de Marlim por dois novos FPSOs mais modernos, a companhia vai reduzir 60% das emissões de carbono e aumentar a produção destes campos em 20%.
Ecossistema de energias
A Petrobras avalia adotar, pela primeira vez no Brasil, uma nova solução que buscará integrar as operações de exploração e produção (E&P) da Margem Equatorial (e de áreas de nova fronteira) a novas fontes de energia: é o chamado “ecossistema de energia”. Na prática, a companhia avalia desenvolver novos projetos de E&P que incorporem, em todo seu ciclo de vida, a associação com soluções que reduzam as emissões de gases de efeito estufa no longo prazo como, por exemplo, a energia eólica offshore, o hidrogênio de baixo carbono e a captura de carbono, entre outras fontes em estudo.
Potencial eólico
O Brasil reúne todas as condições favoráveis para liderar o desenvolvimento global de energia eólica offshore. Para se ter ideia, o potencial de geração estimado do país é de 700 GW em locações offshore com baixa profundidade– um volume que corresponde a mais de 30 vezes a capacidade de geração instalada hoje no mundo - segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério das Minas e Energia (MME). Nesse cenário promissor, a Petrobras está avaliando, em parceria com a Equinor, a viabilidade técnico-econômica e ambiental de implementar sete projetos de eólica offshore cobrindo todo o litoral brasileiro.
Segundo o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), cerca de mil brasileiros participaram da OTC 2023, em Houston, se tornando a maior delegação estrangeira do evento, o que evidencia o protagonismo brasileiro no setor de energia offshore no mundo.
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