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Petrobras anuncia R$ 33 bilhões em investimentos no refino e na petroquímica do RJ
Evento com Lula e Magda Chambriard celebra projetos que devem criar mais de 38 mil empregos no estado
Armando Paiva
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de retomada dos investimentos em refino e petroquímica no estado do Rio de Janeiro
Download Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de retomada dos investimentos em refino e petroquímica no estado do Rio de JaneiroCom a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e da presidente da Petrobras, Magda Chambriard, a Petrobras realizou, nesta sexta-feira (04/07), na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), cerimônia que marca a retomada de grandes investimentos e de estudos no setor de refino e petroquímica no estado do Rio de Janeiro. Na ocasião, foram anunciados aportes que superam R$ 33 bilhões, com potencial para gerar mais de 38 mil empregos diretos e indiretos, por meio de projetos que aumentam a eficiência operacional, geram produtos renováveis e promovem o desenvolvimento socioeconômico. Do total a ser investido, R$ 29 bilhões serão aportados pela Petrobras e R$ 4 bilhões pela Braskem, em projeto que atua em sinergia com os ativos da Petrobras.
Na cerimônia, a Petrobras divulgou também a produção, em fase de teste, de combustíveis com conteúdo renovável, como Diesel R e o combustível sustentável de aviação (SAF, da sigla em inglês Sustainable Aviation Fuel) por coprocessamento; a ampliação da integração entre Reduc e Complexo de Energias Boaventura; e novos estudos e projetos na área petroquímica envolvendo também sua coligada Braskem; além do investimento em qualificação profissional por meio do Programa Autonomia e Renda.
Em seu discurso, o presidente Lula elogiou o desempenho e a atuação da gestão da Petrobras em relevantes iniciativas e reiterou a importância da companhia para o país. “A Petrobras é uma espécie de bússola da economia brasileira. Se a Petrobras vai bem, o Brasil vai bem. Por isso que temos que torcer para ela ser cada vez maior. Estou muito orgulhoso da Petrobras, dos investimentos que estamos fazendo, da volta em investir na indústria naval, porque é isso que faz um país ser grande”, afirmou.
“Só aqui no Estado do Rio de Janeiro, além dos nossos investimentos em exploração e produção, estamos investindo R$ 33 bilhões nesse megaprojeto envolvendo Reduc, Complexo Boaventura e Braskem. Serão gerados 38 mil postos de trabalho em um local que já se encontra carente de soldadores, caldeireiros, eletricistas etc. Isso é pleno emprego nessa localidade. Estamos treinando profissionais no programa Autonomia e Renda. Serão cerca de 3.200 profissionais para atuarem nesse segmento da indústria. Estamos gerando um círculo virtuoso no estado do Rio de Janeiro com todo esse investimento”, destacou Magda Chambriard, presidente da Petrobras.
Integração do refino fluminense
No campo da infraestrutura, o grande destaque é o projeto do Complexo de Energias Boaventura, em Itaboraí, e sua integração com a Reduc. O total de investimentos, estimado em R$ 26 bilhões, gerará 30 mil postos de trabalho diretos e indiretos. A nova estrutura ampliará a produção de diesel S-10 em 76 mil barris por dia (bpd), querosene de aviação em 20 mil bpd e lubrificantes grupo II em 12 mil bpd, bem como a produção de produtos renováveis, tais como HVO (da sigla em inglês Hydrotreated Vegetable Oil) e SAF, em 19 mil bpd, por meio de uma planta dedicada.
O Refino Boaventura e BioQAV Boaventura fazem parte do NovoPAC, em que a Petrobras reafirma seu compromisso com as iniciativas do Programa de Aceleração do Crescimento no estado do Rio de Janeiro, visando impulsionar o desenvolvimento econômico e social da região.
Outra novidade em estudo na integração do Complexo de Energias Boaventura com a Reduc é o processo sustentável de rerrefino de lubrificantes da refinaria de Caxias, com capacidade de produção de 6,3 mil bpd. Com a entrada em operação do Complexo Boaventura para produção de lubrificantes grupo II, a Reduc poderá converter unidades existentes para rerrefinar óleos usados, aplicando o conceito de economia circular para gerar produtos de alto valor a partir de resíduos. O teste de coprocessamento já foi autorizado pela ANP e está previsto para ocorrer em setembro deste ano.
Petroquímica fortalecida: novos projetos em Itaboraí e expansão da Braskem
Na área da petroquímica, os investimentos incluem a expansão da planta de polietileno da Braskem, que elevará sua capacidade produtiva em até 230 mil toneladas por ano. O projeto, que utiliza gás natural processado na Rota 3 do Complexo Boaventura, está atualmente em Fase 3 e está orçado em R$ 4,1 bilhões (ainda sujeito às necessárias aprovações pela governança da Braskem), podendo gerar cerca de 7.500 empregos diretos e indiretos. A Petrobras tem 47% de capital votante na Braskem.
Já no Complexo de Energias Boaventura, entre as novas oportunidades de negócios está a produção de ácido acético e monoetileno glicol – usados na indústria química em geral. Atualmente em fase de estudo, o projeto pode colocar o Brasil como produtor de insumos hoje importados.
Outro projeto é a nova central termelétrica, com duas usinas de 400 MW cada, com previsão de participação no próximo leilão de energia, aproveitando sinergias com a infraestrutura da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) de Itaboraí.
Paradas programadas de manutenção na Reduc
Para garantir a integridade, a confiabilidade e a segurança das instalações, a Reduc fará investimentos em paradas de manutenção de até R$ 2,4 bilhões até 2029. Como destaque, em 2026 serão realizadas importantes paradas nas unidades de coqueamento retardado e de hidrotratamento, chegando a gerar cerca de 18 mil postos de trabalho diretos e indiretos.
Descarbonização na Reduc: combustíveis mais limpos e nova termelétrica
A recente autorização da ANP para produção do SAF da Reduc, com até 1,2% de óleo de milho na composição do querosene de aviação (QAV), é o primeiro passo em direção à produção de até 10 mil bpd desse produto. Tal marco coloca o Refino da Petrobras na vanguarda da produção de combustíveis mais limpos, permitindo o atendimento antecipado da regulamentação para redução de emissões dos voos internacionais (padrão CORSIA) e antecipa exigências da Lei do Combustível do Futuro.
Outro avanço importante é o desenvolvimento do Diesel R7, com 7% de conteúdo renovável. A Reduc, que já produz Diesel R5, recebeu a autorização da ANP para iniciar os testes com o novo teor ainda este mês. Essa evolução reforça o compromisso da Petrobras com a descarbonização de seus produtos e a transição energética justa.
Com foco em modernização e eficiência energética, a Petrobras também prevê a construção de uma nova central termelétrica na Reduc, substituindo equipamentos obsoletos de geração de vapor e energia elétrica. O investimento, de R$ 860 milhões, deve gerar aproximadamente 640 postos de trabalho, elevar a confiabilidade e alçar a refinaria aos melhores padrões internacionais de eficiência.
Autonomia e Renda
Por meio do Programa Autonomia e Renda, a Petrobras está oferecendo mais de 3 mil vagas em 22 cursos de capacitação profissional no estado do Rio de Janeiro – sendo 980 apenas em Duque de Caxias. O programa, que acaba de completar um ano, celebra os investimentos de R$ 2 milhões no Rio de Janeiro em 2024, com foco em formação técnica e inclusão social nas comunidades, além de contribuir para o desenvolvimento socioeconômico da região.
Plano de Negócios 2025-2029 em prática
O Plano de Negócios contempla projetos e estudos voltados para refino e petroquímica, que integram o Programa de Investimentos em Refino, Transporte e Comercialização, Petroquímica e Fertilizantes (RTC), do Plano de Negócios 2025–2029 da Petrobras.
Os investimentos em RTC contemplam R$ 100 bilhões e têm como metas o aumento da capacidade de refino da Petrobras em 292 mil bpd, a ampliação da produção de diesel S-10 em 360 mil bpd e o incremento na produção de combustíveis renováveis como SAF e Diesel 100% renovável (R100) em 44 mil bpd, além de 12 mil bpd de lubrificantes Grupo II.
No Plano de Negócios 2025-2029 da Petrobras estão previstos investimentos totais da ordem de US$ 111 bilhões, com capacidade de geração de até 315 mil postos de trabalho diretos e indiretos.
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